A MÁQUINA DO
CONTRA
Uma das coisas que me deixa impressionado é
o modo como algumas igrejas implantam seus regulamentos internos, disciplinando
membros por questões extra-bíblicas, criando uma barreira entre ela (a igreja) e
o peixe que ela mais quer pescar: os
pecadores. Para alguns destes líderes falar em
"liberdade" é o mesmo que falar em mundanismo. Defendem um conceito do
"ou é 8 ou 80"! Se a igreja disser
que uma mulher cristã pode usar uma calça-comprida decente, é porque a igreja
"PODE TUDO". Não há um bom
senso para discernir o decente do indecente. É saia e acabou! Preferem ver
algumas meninas usando saias justas, curtas, transparentes, do que usar uma
calça-comprida decente. Tudo menos a calça!
O que percebemos no trabalho de
evangelização é que o povo brasileiro aceita o evangelho, aceita uma oração, mas
no tocante a "ser crente" há uma enorme dificuldade em
associar a vida que eles levam para a vida que eles imaginam que "terão" de
levar, após mudar de religião. Pensam que vão mudar de vida "forçadamente" pelos
líderes que ditarão as inúmeras regras. E na verdade isso é o que acontece
em algumas denominações.
Talvez este seja o motivo do pecador pensar
em ser crente somente depois de velho. Afinal, a igreja irá proibir tudo mesmo, e sendo velho isso não fará
tanta diferença assim. Este estereótipo de crente (paletó, gravata, saião,
cabelão) implantou na mente dos não-evangélicos a ridícula imagem que terão de
viver ao entregarem seus corações a Jesus.
Em nossa igreja desenvolvemos um trabalho
visando os jovens das periferias do Rio de Janeiro. E é incrível quando ganhamos
uma alma para Jesus, e dizemos que domingo à tarde teremos um futebol na quadra,
e eles, abismados, comentam: "-Se soubesse desta
liberdade, teria vindo para a igreja a mais tempo". Quase
todos dizem o mesmo. Ainda que nós pensemos que muitos deles saibam que em
outras igrejas não há tanta proibição, na cabeça da grande maioria a igreja
"proíbe", e ser evangélico é sinônimo de se tornar um cafona.
Nas ruas, evangelizando, perguntamos: "-Você quer
Jesus?" Respondem: "-Quero..." Perguntamos também: "-Quer ser
crente?" Respondem:
"-Deus me livre..." Sentimos um certo repúdio. O povo
aprendeu mais sobre "proibição" do
que "libertação". Para eles "ser crente" tem um alto preço: ser um
excluído das boas coisas da vida.
É lamentável que isso ocorra justamente aqui
no Brasil, onde o povo é tão carinhoso, atencioso, um povo embora pecador, mas
de um certo modo, temente a Deus, religioso. Percebemos isso quando
falamos sobre Deus para as pessoas. Muito diferente
de outros países.
O diabo conseguiu criar dentro do próprio
sistema religioso a máquina do
contra. É como se eu lançasse a rede o mar, e depois jogasse os
peixes todos para fora do barco outra vez! Uma ilusão de querer
"converter" todo mundo ao nosso modo, a nossa maneira de ver,
ao invés de plantarmos apenas a semente do evangelho.
Que venhamos a cada dia mais refletir nesta
grande responsabilidade que está em nossas mãos: pregar O EVANGELHO a toda criatura!
"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto,
diz o Senhor. Portanto
assim diz o Senhor Deus de Israel, contra os pastores que
apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e
näo as visitastes. Eis que
visitarei
sobre vós a maldade das vossas açöes, diz o Senhor. E eu mesmo
recolherei o restante
das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver
afugentado, e as farei
voltar aos seus apriscos, e frutificaräo, e se
multiplicarão". (Jeremias
23:1-3)
VEJA ESTUDOS SOBRE DOUTRINAS DE ROUPAS NO LINK ABAIXO:
Denis de Oliveira é
pastor-presidente das Assembléias de Deus, Ministério Poder de Deus,
RJ